Por que escrever?

Em um mundo em que poucos ainda tem paciência para ver vídeos de mais de um minuto e meio, e que precisam acelerar áudios de whatsapp para conseguiu ouvir o que as pessoas próximas tem para dizer, por que escrever?

Em uma realidade que hoje conta com uma inteligência artificial capaz de escrever textos completos, complexos, específicos, cheios de embasamento científico, que gastam menos de 10 segundos para ficarem prontos.. por que escrever?

Por que começar um site, no formato BLOG, e me propor a alimentá-lo com textos semanalmente, trazendo ainda mais conteúdo para um mundo que já lida com tanto excesso de informação?

Se a resposta à essa pergunta não fosse à mim tão clara, certamente não teria dado esse passo e iniciado esse novo projeto. É claro que um site institucional traz um reforço positivo de imagem, um ar de profissionalismo, um bom posicionamento na internet, e me fortalece enquanto profissional da saúde. Mas, para além de tudo isso, o meu desejo é de criar, com você leitor, conexão através de um nível maior de profundidade.

Calma, fique despreocupado: quando trago profundidade não quero dizer que ficarei aqui mergulhando em discussões intermináveis e inconclusivas ou que me demorarei em questões difíceis, dúvidas sem respostas, conflitos existenciais ou da filosofia antiga. Nada disso. Ou talvez só um pouquinho disso haha

Me refiro especificamente à profundidade que é inerente à condição de SER HUMANA, e de por isso, ser suscetível a emoções, ser vulnerável, ser tudo aquilo que o robô ainda não pode.

Se o mundo acelera áudios, a minha ideia aqui é justamente a de desacelerar, trazer presença, consciência, trazer prazer ao presente. E por isso trago a escrita em texto, para ser mesmo saboreada, aproveitada, e curtida como uma boa companhia.

Trazer conhecimento e informação de forma leve, que possa ser compreendida por todos. Trazer a experiência de anos de consultório, sob forma de histórias, exemplos e casos, com os quais podemos aprender, e com os quais certamente vocês podem e vão se identificar.

Escrever na tentativa de descomplicar a nutrição, dar nome aos sentimentos mais comuns que nos fazem comer sem medida, comer com culpa, ganhar peso e viver frustrados.... e doentes. Escrever para trazer de volta a naturalidade da mais primitiva das nossas necessidades, que é a alimentação, na tentativa de reverter toda a confusão e dificuldade que se tornou sinônimo desse simples ato.

Escrever para encurtar a distância entre a teoria e a prática, entre o que se discute nos laboratórios e o que se vive na cozinha e na mesa de jantar de cada pessoa.

Escrever para incentivar bem estar, saúde, qualidade de vida, corpo forte e mente sã. Escrever para disseminar o amontoado de aprendizados que ficam, muitas vezes, limitados às quatro paredes do consultório onde (infelizmente) nem todos vão entrar. Escrever, por fim, para aproximar o meu dia a dia do meu propósito.

Nutricionista é a minha profissão, mas antes de sê-la sou também mulher, filha de um Deus único e de pais excepcionais, vinda de uma família que se dividiu para se multiplicar em ainda mais amor e que me proporcionou a sorte de crescer forte e segura. Sou irmã mais velha, amiga, namorada. Sou aprendiz e errante, tentante! Um pontinho em movimento constante na roda da vida, e os convido a mergulhar nesse infinito de plenitude que é a vida saudável.

Divirtam-se.